Até o fim deste mês devem ser assinados os acordos de cooperação técnica entre o Ministério da Cidadania e as entidades que integram o chamado Sistema S. Este é o resultado de uma reunião ocorrida nesta quinta-feira, em Brasília, entre o ministro Osmar Terra e os representantes dos S, que tentam encontrar uma forma de minimizar os riscos da possível redução dos recursos, já anunciada pelo governo federal. O Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo (Sescoop) faz parte do rol dessas entidades.
De acordo com a proposta do Ministério da Cidadania, a ideia é que as entidades do Sistema S promovam iniciativas de desenvolvimento profissional, focados em dois aspectos: empregabilidade e geração de renda. O público-alvo preferencial, segundo Terra, são pessoas com idades entre 18 e 29 anos, que nem estudam nem trabalham e cujas famílias estejam inscritas no programa Bolsa Família.
O governo tem estruturado um programa de desenvolvimento profissional com a intenção de alavancar os indicadores socioeconômicos das regiões Norte e Nordeste. Por enquanto, o nome dessa política pública é Programa Juventude S, considerando que as ações serão desenvolvidas por entidades como o Senai, Sesi, Sesc, Senac, Sest, Senat, Sebrae, Senar e, claro, Sescoop.
Estima-se que os S ofertem 5,7 milhões de vagas. Apenas o Sescoop, por exemplo, deverá assumir o desenvolvimento profissional de quase 100 mil pessoas durante os quatro anos do programa.
OPORTUNIDADE
Segundo o superintendente do Sescoop, Renato Nobile, a assinatura desse acordo de cooperação representa uma oportunidade, já que o cooperativismo é um modelo de negócio que busca equilibrar as dimensões econômica e social, nascido da vontade das pessoas em transformar a própria realidade.
“O Sescoop faz parte de um sistema que engloba a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) e sua preocupação com o desenvolvimento socioeconômico dos estados do Norte e do Nordeste do país sempre fez parte do nosso planejamento. Não tenho dúvidas de que, com o envolvimento das unidades estaduais do Sistema OCB, juntamente com as nossas cooperativas, será possível contribuir com a geração de emprego, trabalho e renda”, avalia.
AGRICULTURA FAMILIAR
Nobile destaca, também, que uma das iniciativas do Sistema OCB que prevê o desenvolvimento das regiões Norte e Nordeste, por exemplo, é o Plano de Desenvolvimento Cooperativo do Semiárido Brasileiro, entregue ao Ministério da Agricultura, em meados de fevereiro. “Além de apresentar objetivos estratégicos e eixos estruturantes, esse documento sugere o modelo de negócio cooperativo como meio de organização social dos agricultores familiares, para que, coletivamente, consigam impulsionar os processos que vão desde a produção até a comercialização”, exemplifica.
Além disso, esse plano, segundo o superintendente, possui a educação como um de seus pilares, seja ela uma educação em nível básico, profissional, antropológico, para o educando ou para o educador. “A adequada capacitação, observando-se a real necessidade e a melhor forma de transferência do conhecimento, é fundamental para que os envolvidos em qualquer projeto possam aprimorar suas atividades e funções”, declara.
DESENVOLVIMENTO
Nobile frisou ainda que o cooperativismo é uma ferramenta capaz de gerar muito mais que emprego, trabalho e renda. “O Sescoop e o Banco Central desenvolveram um programa de Educação Financeira que já é uma realidade em muitas partes do país. Tem também uma parceria muito importante com a Fundação Nacional da Qualidade que avalia o processo de gestão nas cooperativas do país, contribuindo com o seu crescimento sustentável. Contudo, todas as ações do Sescoop são voltadas a cooperados e empregados de cooperativas. Agora, com esse acordo de cooperação, poderemos oferecer essas e muitas outras ações de desenvolvimento profissional a mais brasileiros”, argumenta o superintendente.
ESTRATÉGIAS
Mesmo sem um panorama claramente definido pelo governo federal, o Sescoop já está trançando estratégias para colocar o Programa Juventude S em prática. “Já fizemos um alinhamento com as nossas unidades estaduais a respeito da proposta do governo, solicitamos um levantamento de vagas a serem ofertadas em cada estado e estamos, no momento, prospectando parcerias com cooperativas, por exemplo, para utilizarmos seus espaços nos municípios contemplados com o programa. A ideia é que trabalhemos com cursos, palestras e orientações profissionais majoritariamente presenciais”, informa Nobile.
NÚMEROS
O Brasil conta hoje com 7.063 cooperativas, representando diversos setores econômicos, reunindo cerca de 14 milhões de pessoas e gerando mais de 400 mil empregos diretos. As cooperativas estão presentes em todos os estados e contribuem diretamente com a economia de 1.715 cidades brasileiras, das quais 700 estão presentes nas regiões Norte e Nordeste. Vale destacar, por exemplo, que em 620 municípios as cooperativas de crédito são as únicas instituições financeiras presentes.
Eis mais uma excelente oportunidade de distinguirmos de vez Cooperativismo de Corporativismo, pois, espero também que o Sistema OCB/SESCOOP-AP, baixe o edital do Concurso, prometido pelo nosso presidente no encerramento do curso do GESCOOP o ano passado.