Atitude mental positiva dos gestores é indispensável

Desenvolver líderes que saibam inspirar suas equipes a ter iniciativa e a inovar é um passo estratégico dentro das organizações. Uma equipe engajada a obter resultados depende, em grande parte, da condução adequada dos seus gestores, inclusive no que diz respeito à inovação. Aliado a isso, a busca individual de cada colaborador pelo propósito profissional também é importante para o crescimento organizacional.

Esse é o tema da nova edição da revista Goiás Cooperativo, editada pelo Sistema OCB/GO. O destaque é para a entrevista do professor Maurício Louzada, um dos cinco palestrantes mais lembrados do país (Top of Mind de RH 2017), cujas apresentações já foram vistas por mais de 1,5 milhão de pessoas, em 12 países. Segundo Louzada, a atitude mental positiva dos gestores é decisiva para fortalecer as equipes na busca de soluções para momentos de crise, como as que o país tem enfrentado.

Para ele, o que diferencia uma empresa que vai sofrer mais com a crise externa, daquela que vai sofrer menos, é o quanto se tem de atitude frente à essa situação. “O líder precisa mostrar que a realidade (a crise) existe, por meio de uma atitude mental positiva”, avalia. Confira abaixo uma parte da entrevista e, para ler todo o conteúdo, clique aqui.

 

Nos primeiros meses do ano, é momento de falar de metas nas organizações e o senhor trabalha esse tema combinando o alcance de metas profissionais com a realização pessoal. O que os líderes devem saber e praticar sobre isso com suas equipes?

Alguns líderes colocam as metas como algo condicional, quando falam que, se você não atingi-la, não vai mostrar seu profissionalismo ou sua capacidade. Isso gera um desestímulo, porque a meta passa a ser uma cobrança. Os líderes têm uma função muito importante em colocar a meta como algo inspirador. Uma forma importante para fazer isso é mostrar que as metas só são dadas às pessoas em quem confiamos. Quando o líder coloca uma meta para alguém, na verdade, ele está dizendo: “Eu confio que você consiga fazer isso”. E a meta profissional tem que andar junta com a pessoal.

O bom profissional é aquele que acredita que vai crescer profissionalmente, porque isso vai ajudá-lo a atingir os seus sonhos, seus objetivos de vida. Por isso, é importante ter metas. Se vou participar de um desenvolvimento de lideranças, por exemplo, tenho que definir um período para concluí-lo. Mas a meta tem que estar direcionada para a ação.

Então, sugiro às pessoas que façam pequenos ciclos. Se a sua meta é realizar algo em 12 meses, divida isso em 12 etapas e atinja uma por mês. À medida em que eu fragmento a minha meta em outras menores, tenho vários ciclos de renovação, que me inspiram a continuar.

Existem dois tipos de meta: de resultado e de processo. A meta de resultado é aquela que você quer atingir ao longo de um período. Vamos imaginar que a minha seja, até o fim do ano, participar de um treinamento de lideranças. Para isso, o ideal é elaborar várias metas de processo. Até janeiro, tenho que ter escolhido o curso; até fevereiro, ter me matriculado; em março, cursado tantas disciplinas…

Você tem que fragmentar a grande meta (de resultado) em outras menores (de processo) e fazer um acompanhamento contínuo, ao longo do tempo, para que, quando chegar no final daquele período, tenha atingido a sua meta maior. Às vezes, as pessoas não conseguem alcançar metas grandes, porque elas olham só lá na frente e não percebem que as intermediárias é que as conduzem para uma meta mais ousada.

 

Enfrentamos, nesses últimos anos, uma das maiores crises econômicas e políticas da história do país e isso afetou, significativamente, as corporações e a vida das pessoas, não apenas no âmbito financeiro, mas também na limitação da criatividade e das expectativas pessoais. Como os gestores podem transformar esse cenário com seus colaboradores?

A pior crise é a que vem de dentro, não de fora. O que diferencia uma empresa que vai sofrer mais com a crise externa, daquela que vai sofrer menos, é o quanto se tem de atitude, frente à essa situação. Muitas vezes, o gestor tem a tendência de “pintar” um cenário extremamente negativo. Quando ele faz isso, está mostrando que, dentro daquela instituição, empresa ou cooperativa, as pessoas não estão preparadas para aquilo e aí ele gera uma crise interna, que é a descrença.

O gestor começa a dar subsídio, às pessoas que trabalham com ele, para usarem a crise como uma desculpa. E a verdade é que, mesmo que o mercado não esteja bom, a gente não pode controlá-lo, mas pode controlar a forma como reage a ele. No momento de crise, o que eu recomendo é que o gestor tenha uma atitude mental positiva.

Não que ele omita informações e feche os olhos para a situação, mas que ele tenha atitude, dizendo: “Olha, o mercado pode não estar fácil, mas nós temos excelentes diferenciais que vão fazer com que possamos nos sobressair em relação aos nossos concorrentes. Temos uma equipe boa, um produto bom, preço competitivo. Talvez, nesse momento, tenhamos que abrir mão de alguns ganhos momentâneos, para que, lá no futuro, continuemos vivos e possamos voltar a ganhar”.

Então, o líder precisa mostrar que a realidade existe, por meio de uma atitude mental positiva. Você vai ter concorrentes que, fatalmente, não vão conseguir se manter no mercado ao longo de uma crise, porque não vão ter essa atitude positiva. Então, para quem sobrevive, a crise é oportunidade de crescimento futuro. É importante compartilhar isso com o time.

 

Como estimular, nos colaboradores, o poder da iniciativa e quais os possíveis resultados que esse desenvolvimento pode gerar para a empresa?

Iniciativa é fazer o que precisa ser feito sem esperar que alguém mande. Essa é a característica que os gestores mais esperam dos empregados e é a menos presente. E como estimular essa iniciativa? É preciso gerar empoderamento, nas pessoas. Elas precisam sentir que têm o poder de decisão. Elas precisam ter o senso de dono.

O gestor tem que passar para a equipe dele que cada um é como se fosse dono do seu negócio. Se você fosse dono dessa empresa, o que faria para que ela tivesse sucesso? Hoje, as pessoas não são mais contratadas para uma só função, mas para resolver o problema e atender o cliente.

Todo mundo que está dentro de uma empresa tem que ter como foco o cliente final. Não importa se você é a pessoa que faz o cafezinho. Para uma equipe de vendas, o seu foco final tem que ser o cliente que vai comprar do vendedor e que está tomando o seu cafezinho.

Os gestores precisam mostrar que todo mundo é responsável pelo sucesso, mas todo mundo é responsável pelo fracasso. Não tem como um ser vencedor, se outro perder. Ou todo mundo ganha ou todo mundo perde. E esse senso de dono vai começar a gerar iniciativa, desde que os profissionais ali dentro estejam comprometidos com esse objetivo.

 

O senhor afirma, em uma de suas palestras, que o trabalho é uma ferramenta também para a realização de sonhos. Mas, talvez, uma grande parte das pessoas não enxergue essa ligação entre trabalho e realização pessoal. Como podemos agir e o que aprender para tornar isso possível?

Sempre falo para todo mundo: entre na sua casa hoje, dê uma olhada na televisão que você tem, na comida que está no armário, no fogão que vai usar para cozinhar… Isso tudo veio de onde? Às vezes, não sabemos o valor e a origem disso. Mas tudo isso tem origem no nosso trabalho. Então, se tudo o que você tem é fruto do seu trabalho, o que você vai construir no futuro? Todos os sonhos que você quer, o carro, a casa, as férias, de onde vem tudo isso? Entender que o seu trabalho lhe dá realizações vai estimulá-lo a trabalhar naquele dia. Tem gente que diz: “Meu sonho é conseguir pagar todas as minhas contas em dia”.

O cara que trabalha só para pagar contas, uma hora, vai ficar desestimulado. Ele precisa pensar sempre no crescimento pessoal e profissional dele. Sonho não é só material. Por exemplo: o quanto seu trabalho está relacionado à formação acadêmica dos seus filhos no futuro? Então, fazer essa associação entre seus sonhos pessoais e o seu trabalho é um caminho muito importante para você ter estímulo.

 

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About Lílian Guimarães

Assessoria de Comunicação OCB/AP Contato: 98124-9681

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