Os efeitos da crise que atingiu a economia do país nos últimos anos também assolaram o cooperativismo no Amapá. Pela primeira vez, o segmento não cresceu, e, além disso, encolheu. Quem aponta é o relatório de atividades e o balanço de contas referente ao exercício 2018 do Sistema OCB Amapá.
O estudo foi apresentado e debatido durante reunião do Conselho Administrativo da entidade, ocorrido nesta quinta-feira (25). A reunião foi a segunda do dia referente à pauta. Pela manhã, foi apresentada a prestação de contas, cujo balanço foi aprovado pelo Conselho Fiscal do órgão.
Segundo o relatório, depois de três anos de progressão consecutiva, as cooperativas do Amapá retraíram junto com a economia do Estado, sobretudo aquelas com atividades de prestação de serviços terceirizados à administração pública, a exemplo de cooperativas que já alavancaram o sistema no Amapá, como é o caso de empreendimentos de locação de veículos e transportes de cargas. Junto com elas, 21 cooperativas fecharam as portas em 2018. Além disso, nenhuma outra foi fundada no período.
Na avaliação do presidente do Sistema OCB, Gilcimar Pureza, os efeitos da crise econômica se refletiram no cooperativismo. “ 2018 foi um dos anos mais difíceis da história do cooperativismo no Estado. Nós também somos um espelho da economia do Estado, que se retraiu em todo o país e aqui no Amapá sentimos muito”, lamentou.
Por outro lado, o empenho do Sistema proporcionou a inovação com novos serviços de cooperativas, a exemplo dos aplicativos de celular para os serviços de taxi e mototaxi em Macapá.
Para 2019, o Sistema ainda aposta no setor produtivo, com atividades econômicas agroextrativistas e agropecuárias para crescer junto com a economia do Estado.
Outra boa expectativa para 2019 é o projeto Centro de Vocação Tecnológica (CVT) de R$ 7 milhões para fomentar 10 cooperativas produtoras das cadeias do pescado, da castanha do brasil e do açaí, em parceria com o Ministério da Ciência e Tecnologia.
“A nossa aposta para crescer ainda é o setor produtivo, mas o Estado precisa resolver problemas anacrônicos como a regularização fundiária e licenciamentos ambientais. Esperamos retomar o crescimento que vínhamos tendo desde 2015, em 2016 e 2017 e estancamos em 2018”, analisou Pureza.
Uma análise mais aprofundada do exercício 2018 deverá ocorrer nesta sexta-feira (26), às 16h, na assembleia geral do Sistema OCB Amapá, que reunirá representantes das cooperativas de todo o Estado. O encontro ocorre na sede da entidade, no Centro de Macapá.
Não podemos deixar de levar em consideração que uma gestão não somente se resume em índices econômicos, pois, não podemos esquecer, que também fomos destaques por diversas questões sociais, envolvendo representantes de primeiro escalão de nosso Sistema no estado do Amapá. Certamente reflete na forma que a sociedade em geral e em potencial nossos contratantes entendem da transparência na relação com nossas cooperativas.