O Sistema OCB Nacional deu o primeiro passo para implantar uma iniciativa inovadora na atividade garimpeira, no Amapá. A Cooperativa de Mineração dos Garimpeiros do Lourenço (Coogal) foi o local escolhida para coleta de dados e aplicação do Projeto Sustentabilidade Mineral, que será desenvolvido em nove garimpos em todo país.
Distante 375km da capital Macapá, o distrito Lourenço, no município de Calçoene, respira a atividade garimpeira há mais de 250 anos. É um dos garimpos mais antigos do país. Com população de 4.500 habitantes, aproximadamente, o Lourenço tem na mineração a sua principal atividade econômica. Destas, cerca de 1.200 trabalham na extração de ouro, que fomenta o comércio local, e dá vida ao distrito, que caminha para ser um modelo da atividade mineral do Amapá.
Consultores e técnicos responsáveis pelo Projeto Sustentabilidade estiveram no Lourenço na última quarta-feira, 20. Eles visitaram três áreas de extração mineral, para as quais foi elaborado um diagnóstico técnico. O documento compilado será uma espécie de raio-x, estruturado sobre três pilares: operacional, contábil e tributário.
“Realizamos uma série de entrevistas, onde todos os dados captados nos dão subsidio para realização do trabalho final, que é contribuir diretamente com a organização e desenvolvimento do setor”, explicou Flávia de Andrade, Analista Técnica e Econômica da OCB Nacional.
Segundo ela, o diagnóstico também subsidiará iniciativas que proporcionem mais segurança jurídica e, assim, melhores resultados socioeconômicos aos cooperados.
“Finalmente recebemos a visita de uma instituição que quer somar e ajudar a gente. Já estamos cansados dessa imagem marginalizada que criaram pro setor. Somos homens e mulheres que trabalham e geram o crescimento econômico desse Estado”, desabafou o presidente da Coogal, Oreni Ceará, eleito no último fim de semana.
A equipe também foi integrada por Gilson Camboim, presidente da Cooperativa dos Garimpeiros do Vale do Rio Peixoto (COOGAVEPE), sediada no norte de Mato Grosso, que hoje é um modelo da atividade no Brasil.
“Precisamos mostrar à população, e instituições como um todo, que o garimpo é uma atividade séria, honesta, que gera novos empreendimentos, emprego e renda, e que, acima de tudo, é uma das molas propulsoras de muitos estados brasileiros, como pude presenciar aqui no Amapá”, disse Camboim, impressionado com o potencial do setor no Estado.
Segundo o presidente da OCB no Amapá, Gilcimar Pureza, o objetivo da visita é conhecer a experiência de sucesso implantada por cooperativas de mineração no Brasil para implementar o projeto no Lourenço. De acordo com ele, a Coogal foi escolhida justamente pelo perfil de trabalhar com frentes bem distintas e ser uma das mais antigas.
“Os técnicos puderam conhecer vários extremos, uma área que hoje é referência na extração e outras que seguem moldes mais rudimentares. Mas ambas, com a mesma essência de fomento local, mostram que tudo é apenas uma questão de oportunidade. Por isso, é importante que tenhamos junto conosco instituições que venham somar e trazer, de fato, o desenvolvimento do setor. Estamos cansados de ter apenas olhos e dedos apontando problemas, queremos e exigimos que o devido valor do setor seja reconhecido”, afirmou Gilcimar.
A pesquisa terá como resultado um Manual de Mineração Sustentável, que conterá orientação do processo operacional, contábil e tributário para as cooperativas de todo o Brasil.
Nossa COOGAL precisa de parcerias assim, eu como cooperado na COOGAL a mais de 8 anos espero que saia bons frutos desse projeto.