O Sistema OCB Amapá foi a casa escolhida para abrigar um dos mais importantes projetos que visam elevar os empreendimentos que trabalham com cadeias produtivas da biodiversidade, em especial as cooperativas do estado.
Pelos próximos meses, a sede do Sistema OCB-AP, no Centro de Macapá, será o lar da Bio Tec-Amazônia, um centro de inteligência em bioeconomia, que promove o uso sustentável da biodiversidade, através de soluções biotecnológicas e inovadoras que aproximam as demandas dos empreendimentos com o conhecimento científico e tecnológico.
Sediada em Belém (PA), a organização social chega ao Amapá trazido pelo Ministério da Integração Nacional e Desenvolvimento Regional (MIDR), para implantar Centros de Desenvolvimento Regional, focados em biotecnologia e bioeconomia, conforme o protocolo de intenções oficializado na manhã desta segunda-feira, 5 de junho, no auditório da Universidade Estadual do Amapá (UEAP), em Macapá, com a pasta ministerial, o governo do Estado, a universidade e a OCB-AP.
Na mesma solenidade também foi assinado um Termo de Cooperação-Técnica entre a presidente do Sistema OCB-AP, Maria Nascimento, e o diretor-presidente da Bio Tec-Amazônia, o professor José Seixas Lourenço, que vai permitir não apenas as instalações da entidade no Sistema, mas também às cooperativas que sejam beneficiadas com o conhecimento científico da equipe técnica da organização para implementação de estratégias que agreguem valor aos produtos e, assim, ganharem novos mercados, para além do Amapá.
Durante a solenidade, o professor Seixas Lourenço fez uma apresentação sobre os principais cases de sucesso da Bio Tec-Amazônia nos setores alimentício, de cosméticos, de biocombustível e farmacêutico, sobretudo na certificação desses produtos, que permite aos empreendimentos vendas nacionais e exportações.
Ele explicou que a Bio Tec, além de novas tecnologias, oferece serviços que vão desde relatórios de inteligência competitiva, análise da viabilidade dos produtos, plano de negócios, certificação e até rastreabilidade.
“Nosso diferencial é a alta tecnologia de ponta. Hoje, os produtos de origem amazônica não têm garantia de rastreabilidade e nem de qualidade, mas o que estamos desenvolvendo permite mudar radicalmente esse cenário, trazendo agregação de valor ao que é originalmente daqui”, enfatizou o professor Lourenço.
A presidente da OCB-AP, destacou que a agregação de valor, certificação, precificação e rastreabilidade são processos fundamentais para os produtos das cooperativas locais se expandirem nos outros mercados. Ela também evidenciou que o trabalho da Bio Tec casa perfeitamente com o que é produzido pelas cooperativas amapaenses, especialmente em relação às cadeias produtivas como açaí, mandioca, pescado, cosméticos e fármacos.
“Todos esses serviços que a Bio Tec-Amazônia oferece, relatórios de inteligência competitiva, análise da viabilidade, plano de negócios, estudos de potencial, as novas tecnologias aliadas à certificação e rastreabilidade são o que vão agregar alto valor aos nossos produtos. Então, essa proximidade, essa intimidade que as duas instituições terão a partir de agora, morando juntas, será fundamental para o desenvolvimento do cooperativismo no Amapá”, destacou Maria Nascimento.
Também participaram da cerimônia, o ministro da Integração e Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, o secretário nacional de Integração, Eduardo Tavares, o vice-governador do Amapá, Teles Júnior, a reitora da UEAP, Kátia Paulino, o superintendente do Sebrae Amapá, Josiel Alcolumbre, o superintendente do SESCOOP-AP, Michel Araújo, o deputado estadual Jesus Pontes, a deputada federal Goreth Sousa, além de secretários de estado, dirigentes de cooperativas, acadêmicos e representantes da iniciativa privada.
Selo Vegano
Uma das bases do trabalho da Bio Tec-Amazônia é o Selo Vegano, a primeira Certificação Vegana por análise de DNA do país, resultado de uma parceria da BioTec-Amazônia com a Thermo Fisher Scientific, que está conduzindo estudos para definição dos parâmetros de análise de DNA em diferentes setores, como têxtil, de cosméticos e alimentício.
Genoma do açaí
Outra frente de trabalho conduzida pela Bio Tec é a Certificação e Rastreabilidade de Produtos e Processos com tecnologia por DNA, em parceria com o Laboratório de Engenharia Biológica da Universidade Federal do Pará (ENGEBIO/UFPA).
Ele abrange, por exemplo, o Projeto Genoma do Açaí, para rastreabilidade desse fruto original da região. A partir das informações geradas, será possível garantir a rastreabilidade de toda a cadeia do Açaí da Amazônia, bem como definir padrões de qualidade para batedores e agroindústria.
O rastreamento por DNA pode atestar tanto produtos florestais de origem vegetal quanto produtos de origem animal. No primeiro caso, garantindo a procedência e que são produtos vegetais puros, sem misturas ou aditivos, e, no segundo, que a carne é proveniente de áreas legais.