Uma nova cooperativa de castanheiros de comunidade tradicional está prestes a surgir no Amapá. Para isto, o Sistema OCB Amapá foi até a longínqua Comunidade da Padaria, na zona rural de Laranjal do Jarí, região sul do Estado, mostrar o cooperativismo como modelo de negócio para os extrativistas.
Com mais de 200 anos de existência, a comunidade tem importante localização geográfica estratégica para região, pois possui um corredor hídrico entre a sede central município e a cachoeira de Santo Antônio, ideal para escoamento da produção castanheira e outros produtos não madeireiros.
A palestra de cooperativismo, ocorrida no dia 10 de janeiro, foi ministrada pela presidente do Sistema OCB, Maria Nascimento. Acompanhada de técnicos do SESCOOP-AP, ela conduziu a orientação e tirou dúvidas da comunidade, incluindo o que deve ser feito para o futuro processo de constituição da cooperativa do Ramo Agro, que terá como principal produto a castanha do Brasil.
O evento teve ainda a presença do presidente da COOPVITORIA, Izaelson da Silva Lavrador, que também é membro efetivo do Conselho de ética da OCB-AP. Junto com o presidente da Comaru, outra cooperativa de castanheiros do sul do Amapá, Bruno Dutra, Izaelson acompanhou a agenda na região sul e compartilhou a sua experiência de cooperativismo com a Comunidade da Padaria.
Eles contribuíram com exemplos vividos nas suas cooperativas, o que ajudou a esclarecer dúvidas da comunidade enquanto a sociedade cooperativa.
Ao final do evento, seu Bajara, líder comunitário de grande referência da Padaria, já antecipou que a comunidade optou por seguir o cooperativismo
“É um modelo de negócio que dá certo, que gera economia e renda, pudemos comprovar isso com a experiência de outras cooperativas já consolidadas aqui do Vale do Jari”, confirmou Bajara.
Maria Nascimento ressaltou a relevância do modelo de negócio para uma comunidade tradicional.
“Vai surgir mais uma cooperativa que levará da floresta para os mercados, com a responsabilidade ambiental que só uma comunidade tradicional tem, uma das nossas maiores riquezas, a castanha do brasil. Para nós é motivo de orgulho participar desse projeto, orientando como proceder e como usar todos os conceitos do cooperativismo, esse modelo de negócio que tem ajudado a desenvolver dezenas de comunidades e gerado emprego e renda no nosso Estado”, avaliou Maria Nascimento.