A presidente do Sistema OCB Amapá, Maria Nascimento, foi uma das personagens principais do 1º Encontro de Mulheres Cooperativistas no estado do Rio de Janeiro, que teve como tema central liderança feminina no cooperativismo.
A convite do Sistema OCB do RJ, ela palestrou para mulheres cooperativistas do estado fluminense e representantes de outras unidades da federação.
O evento foi realizado no dia 30 de março, na Casa do Cooperativismo Fluminense, pelo Comitê Gestor de Gênero Dona Terezita, órgão vinculado ao Sistema OCB/RJ.
Ela palestrou no painel intitulado “Visão da OCB em relação às Lideranças no Cooperativismo”, que também teve a participação da gerente de pessoas do Sistema OCB/Nacional, Carina Melo, e da analista de desenvolvimento de cooperativas do Sistema OCB/Nacional, Divani Ferreira de Souza Matos.
Nascimento falou do protagonismo feminino dentro do cooperativismo no Amapá e contou um pouco da sua trajetória dentro do setor, de como ascendeu de estagiária à presidente do sistema de cooperativas estadual.
A presidente relatou que sua história no cooperativismo começou há 13 anos, quando fez um curso de bombeira civil e passou a integrar uma cooperativa de trabalho da capital amapaense. Nessa época, surgiu o nome de guerra: Nascimento, pelo qual é conhecida até hoje.
Ao longo dos anos, passou por vários cargos dentro da cooperativa, desde a limpeza até a presidência. Depois, virou prestadora de serviços do Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo (Sescoop) e, em 2015, conseguiu um estágio na OCB/AP.
“Depois de apenas 23 dias no estágio, eu assumi uma gerência. Talvez porque nunca tenha me visto como uma simples estagiária. Eu aprendi na prática mesmo a palestrar, a redigir uma ata, a fazer um atendimento na área jurídica, na contábil. Esse conhecimento foi me dando muita experiência no trato com as pessoas”, lembrou Maria.
A dedicação trouxe frutos: aos 30 anos, em 2021, Nascimento foi a primeira mulher eleita presidente de uma unidade estadual do Sistema OCB na Região Norte.
Quando assumiu uma gerência da unidade estadual, ela decidiu mudar-se e morar perto da sede da OCB/Amapá, em Macapá (AP).
Nascimento também lembrou que mesmo com a experiência acumulada em uma 10 anos no cooperativismo, enfrentou a desconfiança sobre sua capacidade de presidir a OCB/AP.
“Algumas pessoas me viam como muito jovem para ocupar o cargo. E eu ainda sou uma mulher negra; por isso, o desafio foi muito maior. O mais gratificante é, em menos de um ano de mandato, já ouvir de algumas pessoas frases como ‘eu queria me desculpar com você porque agora vi que você era alguém capaz’. Desabafos como esse, de quem um dia não acreditou no meu trabalho, são a minha maior recompensa”, afirmou.
Ao final, ela agradeceu a oportunidade de ressaltar o estímulo à participação das mulheres no cooperativismo, que fortalece as cooperativas, fomenta os valores e difunde o cooperativismo.
“Quero agradecer ao convite do Sistema OCB do Rio de Janeiro, foi um momento de muita troca e importante para as mulheres cooperativistas, tanto aprendi, como também pude compartilhar a minha experiência com essas outras guerreiras”, avaliou a presidente do Sistema OCB/AP.