O Sistema OCB Amapá deu início a um estudo científico que vai investigar e determinar as causas dos entraves ao desenvolvimento de cooperativas do ramo agro no estado e propor soluções estratégicas de gestão, planejamento e acesso a mercados.
Para isto, a pesquisa vai traçar um perfil socioeconômico de todas as 31 cooperativas do ramo agro no Estado, identificando as atividades econômicas praticadas pelos empreendimentos, analisando o modelo de gestão e estratégias produtivas, e encontrando os fatores que limitam o acesso dessas cooperativas ao mercado para escoarem seus produtos.
O estudo, feito pela OCB Amapá em parceria com Cooperativa de Profissionais de Assistência Técnica e Administração Urbana e Rural do Estado do Amapá (Plastec) e o Instituto de Pesquisas Científicas do Amapá (Iepa), foi apresentado e começou a ser aplicado nesta quarta-feira (1), durante encontro que reuniu a diretoria do sistema e diretores das entidades alvo do estudo.
O evento ocorreu em formato híbrido, ou seja, parte presencial e parte virtual, e respeitou todos os protocolos sanitários de prevenção à covid-19.
A apresentação dos objetivos, métodos e outras especificidades da pesquisa foram apresentados pelo presidente da cooperativa, José Maria Vaz, e pelo pesquisador do Iepa, João da Luz Freitas.
A presidente executiva da OCB Amapá, Maria Nascimento, destacou que, apesar de contribuírem significativamente com a produção de alimentos, geração de emprego e renda e divisas para o Estado, as cooperativas do ramo Agro enfrentam dificuldades, especialmente após três intensas ondas de pandemia que paralisaram o mercado. Por isto, é necessário rever o modelo de gestão e planejamento atual.
Atualmente 67,75% das agrocooperativas do Amapá estão em situação de inadimplência com o Sistema de Cooperativismo local. Segundo levantamento da OCB, das 31 cooperativas do segmento, apenas 10 estão adimplentes.
“Em consequência de diversos fatores, que serão identificados neste estudo, as cooperativas não têm conseguido evoluir e se firmar no mercado. Por isto, a pesquisa visa esclarecer se o modelo atual de condução das cooperativas tem sido afetado pela falta de gestão e planejamento estratégico, através de uma profunda análise de dados que serão fornecidos pelas próprias cooperativas”, explicou Nascimento.
Ela lembrou que o estudo tem sua importância não apenas para as cooperativas, mas também para a economia do estado, pois, no Amapá, esses empreendimentos são fonte de sobrevivência para agricultores familiares e trabalhadores rurais que produzem nos campos e nas florestas.
O presidente da Plastec lembrou que o Censo Agropecuário de 2017, mostrou a agricultura familiar é a sustentação da economia de 90% dos municípios brasileiros com até 20 mil habitantes, caso de muitas cidades do Amapá.
“Queremos identificar as causas específicas deste alto índice de inadimplência, por exemplo. Por isto este estudo elaborado pela Plastec em parceria com o Iepa vai investigar as causas desses entraves nas cooperativas do ramo agro”.
Durante o evento desta quarta, foi ensinado aos dirigentes sobre o preenchimento de um questionário socioeconômico, que vai condensar informações para que o perfil socioeconômico das cooperativas seja traçado.
“Com isto será possível indicar linhas de ações estratégicas que os empreendimentos terão que colocar em prática para que alcancem o desenvolvimento”, avaliou João da Luz.