Pensar alternativas, conhecer boas experiências e pensar novas estratégias para garantir o avanço do cooperativismo no Amapá é a temática do evento que reúne todos os dirigentes e diretores de cooperativas do estado.
O Encontro de Dirigentes do Cooperativismo do Amapá 2021 iniciou neste sábado (3), justamente no Dia C deste ano, e prossegue até o fim da tarde de domingo (4), no Ceta Ecotel, no Distrito de Fazendinha, zona sul de Macapá. O evento tem em sua programação, mesas redondas, palestras, debates, cases de sucesso, entre outras atividades.
Neste sábado, antes de começarem os trabalhos, uma profissional de saúde passou orientações sobre os protocolos de prevenção à covid-19.
Na abertura dos trabalhos, a presidente Maria Nascimento oportunizou a palavra para membros dos Conselhos Fiscal e de Administração da OCB/AP e do Sescoop/AP. ela fez uma análise sobre a expectativa do evento.
“Nós temos que nos unir. É uma época de crise e nós precisamos nos reinventar. Para vencer os desafios. E para isso nós precisamos conhecer a realidade uns dos outros, para que, juntos, saibamos que rumos tomar, interagir, trocar experiências, e conhecer experiências de sucesso. É um evento de negócios e ideias, de novos pensamentos. O cooperativismo é o sistema que nós acreditamos, então, nós temos sempre que aprimorar, sempre temos conhecimentos a trocar”, ponderou a presidente executiva do Sistema OCB Amapá.
Na primeira atividade da programação, o superintendente da OCB, Michel Araújo, apresentou o relatório de gestão da instituição de 2020. Ele explanou sobre números do cooperativismo no Brasil e, ainda, no Amapá. Os dados são para subsidiar as discussões e mesas redondas que ocorrerão na programação até a tarde de domingo.
O superintendente também apresentou propostas de ações a serem debatidas no evento, entre as quais destacaram-se divulgação dos produtos e linhas de ação para torná-los mais conhecidos.
Wilton Duarte, presidente da Cooperativa Camaipi, do ramo agro, destacou que no setor cooperativista a troca de experiências é muito importante. Exemplo disso é a história de como os óleos naturais da Camaipi se tornaram o principal produto da cooperativa sediada no município de Mazagão.
Ele contou que a Camaipi começou a produzir os óleos de andiroba, pracaxi e copaíba, a partir de frutos e árvores nativas depois que cooperados conheceram uma experiência bem sucedida de uma cooperativa do Pará durante um encontro de intercâmbio.
“A experiência deu tão certo que agora nós estamos nos preparando para fazer uma produção em alta escala porque a nossa produção artesanal de 1 tonelada de óleos por ano já não está mais suprindo a demanda”, afirmou o presidente da Camaipi.
A cooperativa também começa a pensar meios de processar o açaí que atualmente extrai da floresta e vende de forma in natura. Para isto, ele esperta, ao final do encontro de dirigentes já sair com um planejamento desenhado.
Além de reunir as ideias de cooperativas de todo estado, o evento também é uma vitrine para as entidades. Exemplo disso é a cooperativa Mãos que Criam, formada exclusivamente por mulheres, que atualmente agrega 15 artesãs de Macapá. As peças ainda são pouco conhecidas, pois a entidade é nova, mas a arte delas fez o maior sucesso no encontro de dirigentes.
“Foi uma surpresa para nós, antes mesmo de começar o evento, nossos colares já estavam todos vendidos no mostruário que montamos na entrada do auditório do evento”, comemorou a presidente da Mãos que Criam, Ângela Maria.
Segundo ela, um dos maiores desafios da pequena entidade é popularizar ainda mais as peças produzidas pelas trabalhadoras artistas. Por isto, explica, elas ainda carecem de vitrines, de espaços para apresentar a sua arte, que é baseada na história do Amapá: são colares, bolsas, brincos e outros acessórios feitos com sementes e madeiras locais, casca do coco, ossos de bovinos, escama e espinhas de peixe e outro produtos de origem vegetal e animal.
“Hoje nosso melhor espaço é um box, onde montamos uma loja no mercado Central de Macapá. Mas fora de lá, as meninas tentam vender em outros lugares improvisados, em eventos de feiras temporárias, sazonais. No poder público as coisas acontecem de forma lenta, por isso, estamos buscando alternativas e esperamos encontrá-las neste importante encontro. Já temos uma experiencia com a Camaipi nesse sentido de divulgação dos produtos, nós vendemos alguns produtos dela em nossos poucos espaços e são ideias de parceria como esta que almejamos”, avaliou Ângela Maria.
Palestra
Para finalizar o primeiro dia de evento. Os cooperados assistiram à palestra do consultor e instrutor de Empreendedorismo e Gestão financeira do Sebrae, Alberto Tavares. O especialista palestrou sobre Inovação e Empreendedorismo como ferramentas para superar a crise.
“Queremos trabalha a inovação como uma maneira de fazer o negócio acontecer com menos recursos e menos tempo, mas mantendo o padrão de qualidade, que o que o cenário atual exige. Inovação não é apenas tecnologia. Por isto este tema cai muito bem no colo do cooperativismo”, avaliou o ministrante.
Ele trabalhou com os dirigentes dois exercícios, um teste sobre o perfil empreendedor e quebra de paradigmas.
O Encontro de Dirigentes do Cooperativismo do Amapá prossegue neste domingo (4), nos turnos da manhã e tarde.