Novos empreendedores recém-associados de cooperativas que surgem no Amapá tiveram a oportunidade de ficarem mais preparados para a gestão do negócio com um treinamento ofertado pelo Sistema OCB Amapá.
O Curso Básico de Cooperativismo ocorreu neste sábado (28), no auditório do Sistema OCB Amapá, no Centro de Macapá. O treinamento foi dado pela professora Neuma Maria Simões Alves, mestre em gestão, administradora e tecnóloga em Cooperativismo, que durante dois turnos deu orientações sobre organização do quadro social, gestão e governança cooperativa.
Ela destacou que o trabalho de educação cooperativa é fundamental para todos os envolvidos no empreendimento: associados, conselheiros, diretores, entre outras funções. Por isso, ela explanou a história, desde o surgimento, da evolução do cooperativismo no mundo no Brasil e no Amapá.
Neuma Simões também ensinou orientações sobre o desenvolvimento da cooperativa e manutenção da empresa no mercado, com ênfase em gerenciamento, e como diretorias e departamentos fiscais devem atuar.
“Temos pessoas que chegaram no cooperativismo e precisam ter uma visão geral do que o sistema pode proporcionar. Por isso é importante que eles conheçam a história do cooperativismo, como surgiu, onde surgiu, em que circunstâncias. Por isso, vimos até a história dos 28 tecelões de Manchester, na Inglaterra, que criaram o ideal do cooperativismo que se espalhou pelo mundo. Isso é uma inspiração para o estimulo e a persistência, virtudes necessárias para quem quer empreender pelo cooperativismo”, ponderou a ministrante do curso.
Ela também deu destaque para a viabilidade econômica do negócio, a profissionalização dos gestores do negócio para manter a competitividade de mercado.
A tecnóloga em construção de edifícios, Beatriz Brito, considerou o treinamento essencial para o aprofundamento no cooperativismo, sobretudo com relação à gestão do negócio. Ela é um dos associados que recentemente abriram a Cooperativa de Trabalho e Serviços Inovadores e Sustentáveis (Coopersis), criada para desenvolver projetos e construções de casa e prédios.
A cooperativa foi desenvolvida para o ramo da construção civil a partir de ideias inovadoras, como casas-contêineres, prédios construídos com tijolos ecológicos, com sistemas autônomos de geração de energia elétrica com painéis solares, tratamento de água e esgoto sanitário, além de adubos produzidos dos resíduos domésticos para pequenas hortas nas próprias residências.
O empreendimento nasceu da ideia de Beatriz e seu professor, Pedro Aquino, que mora numa casa-contêiner sustentável em Macapá.
“Desde 2016 nós trabalhamos nestas ideias sustentáveis. Este ano nós decidimos empreender e então, após pesquisar, decidimos optar pelo cooperativismo. Como o Amapá tem muitas áreas isoladas, onde as pessoas não têm acesso à energia, tratamento de água e esgoto, nós abrimos essa cooperativa para levar esses sistemas para essas pessoas, para ribeirinhos, que não têm acesso a esses serviços. Mas também para as pessoas da cidade essas ideias sustentáveis”, explicou a nova empreendedora.